Quando o papel vira matéria prima
O Designer Nido Campolongo entrou cedo nos caminhos da reciclagem. Na tipografia de seu pai, Américo Campolongo, conheceu e explorou as possibilidades do papel e hoje é referência quando se fala de aproveitamento de materiais. Sua matéria prima principal é o papelão derivado do resíduo industrial, com aplicações mais variadas possíveis dentro do nosso cotidiano.
Em suas criações, nada é desperdiçado: papelão, couro, plástico e outros materiais são transformados em peças incríveis de design único. São artigos de decoração, pisos, móveis, painéis, cenários e, acredite, até uma casa. O estúdio de Nido desenvolve mobiliário e pesquisa de materiais, sempre estabelecendo relações com ONGs, instituições e empresas engajadas com ações sustentáveis. As peças, muitas vezes são confeccionadas por pessoas em instituições carentes, hospitais e serviços.
Verdadeiras obras de arte, as criações do paulista são um excelente exemplo de como é possível unir Design com Sustentabilidade.
Linea Mobili criativa e sustentável
Aproveitar os resíduos da produção de móveis sob medida da marca Linea Mobili, foi a solução que a designer de interiores Adriana Greche encontrou para a criação de lindas bandejas para decorar e servir com muito estilo.
Todo o material usado na produção, madeira e tinta, vem de sobras que antes eram descartadas, com acabamento em pintura automotiva a mesma usada nos móveis, as bandejas são apresentadas em diversas cores.
O conjunto tem quatro peças que se encaixam com perfeição, e o cliente pode escolher a combinação de cores dentro das diversas opções. As bandejas estão disponíveis nos tamanhos 49 x 33 cm, 30 x 23 cm e duas 23 x 25 cm, não são vendidas separadas.
Loja da Coca-Cola usa contêiner reciclado
A franquia Container Ecology Store aposta no uso de contêiners reciclados na venda de suas lojas. Em um dos projetos especiais da empresa, foi construído uma loja de roupas da Coca-Cola Clothing em Porto Alegre, RS.
Jardim Zen
Feita de concreto polido, a Pia batizada de Jardim Zen possui um canal que aproveita a água utilizada na lavagem das mãos para molhar uma planta. Criado pelo jovem designer Jean-Michel Montreal Gauvreau, a pia vem em bacia dupla ou modelo simples. Se você está preocupado eu ensaboar toda a sua plantinha, relaxe. Uma peça no início do canal drena o liquido e só deixa água sem sabão escorrer até a planta.
A Casa Pallet do I-Beam Design
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Agora é fato consumado: os pallets (ou paletes) realmente são materiais extremamente versáteis! Além de ser a base para cabeceiras de camas, hortas verticais, painéis para TV, sustentação de churrasqueiras e sofás, eles também viraram o material principal para a construção de casas projetadas num escritório de arquitetura dos Estados Unidos.
As arquitetas Azin Valy e Suzan Wines, do escritório I-Beam Design, viram nos pallets a possibilidade de proporcionar uma moradia aos refugiados gastando pouco e criando uma estrutura sólida o suficiente para aguentar a exposição ao tempo. Devido ao baixo custo e à dimensão deles, com apenas 80 paletes é possível construir uma casa com 20m².
Além dos pallets, as casas também são revestidas com uma tela de isopor que serve para conter ventos fortes e chuva. Para as regiões onde esses fenômenos naturais são mais fortes, as arquitetas fizeram uso de placas de isopor (que são mais resistentes que as telas).
A inspiração para o projeto que buscava oferecer uma moradia aos refugiados surgiu para suprir a necessidade dessas pessoas que precisavam de um local para ser chamado de lar (já que quando os refugiados tentam arrumar um local para morar, se abrigam em barracões).
De acordo com as arquitetas responsáveis, “a casa de palete [assim chamada por elas] é um projeto que foi inicialmente concebido como um abrigo transitório para os refugiados que retornavam ao Kosovo após a guerra. Essas pessoas precisavam imediatamente de uma alternativa para a solução típica que era uma tenda, tentando transformá-la num novo lar permanente, mesmo sem acesso a ferramentas e materiais sofisticados” afirmou uma delas.
O projeto, mesmo sendo tão inusitado, deu certo e recebeu até uma Menção Honrosa numa competição de design de moradias transitórias para o retorno dos refugiados de Kosovo. Além disso, as arquitetas afirmam que a construção das casas pallets é simples e que com apenas 4 ou 5 pessoas é possível terminá-la em uma semana. E já que o projeto não exige muitos materiais, ele pode ser utilizado em diversos locais do mundo. “Paletes são versáteis, recicláveis, sustentáveis, de fácil montagem e universalmente agradáveis em termos estéticos. Eles são prontamente disponíveis na maioria dos países e seu custo de transporte e peso é insignificante quando usado para carregar cargas de roupas, comida, medicamentos e outros itens” afirmou uma das projetistas.
O objetivo foi alcançado além do esperado: agora as casas pallets servem não apenas para desenvolver uma solução de moradia aos refugiados que estão em zona de risco, mas também como inspiração para os que desejam uma casa pré-fabricada com preços acessíveis.
Banheiro Feminino
Banheiro Feminino por Camila Dias Domingues, Designer de Interiores.
Design Sustentável na feira livre
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Além dos caixotes, que são feitos de plástico reciclado, a estrutura de madeira é pensada para obter o máximo aproveitamento das chapas, e usam madeira Teka de florestas manejadas. E para arrematar o design da linha, ainda buscando o ambiente das feiras, os pés dos móveis imitam o desenho dos carrinhos dos carregadores.
Design Sustentável na feira livre
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A Linha José criada por Maurício, foi toda inspirada em feiras livres, onde as mercadorias são transportadas dentro de caixotes plásticos, o item multiuso da coleção. Segundo Maurício, ao invés de gavetas que são fixas, o uso de caixotes abre a opção de transportar mais facilmente os objetos armazenados nos armários da linha. Você pode ir ao supermercado com o caixote e já chegar em casa com as coisas prontinhas para irem direto ao armário.
Design Sustentável na feira livre
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Bacana demais quando um profissional brasileiro ganha espaço e reconhecimento em sites internacionais por projetos com a cara do nosso país. Assim tem sido com Maurício Arruda, arquiteto formado em Londrina-PR, com sua coleção de móveis com design sustentável, intitulada José.
BARBARA ZANOTTI 